Desatando amarras: Pin-Up

by - junho 05, 2017

Você pode ser pin-up sem precisar gostar de Rockabilly ou usar saia godê de bolinhas, por exemplo.


Oi gente!

Esse é um assunto que volta e meia aparece no meu feed do facebook, e quase sempre gera polêmica. Como é muito extenso, vou procurar falar de forma mais resumida sobre alguns pontos que muito me incomodam quando surge a pergunta é "quem é mais pin-up?".

Parece óbvio que em 2017 a gente pode ser o que bem entender, mas existem pessoas que tem o hábito de criticar quem não segue à risca um estilo na sua forma mais tradicional.

A maioria das pessoas associam vestidos e saias com estampas de bolinhas e Elvis Presley às pin-ups. Isso não é feio ou errado (quem não gosta de estampa de bolinhas?), mas é muito raso.
Por essa associação simples é que muitas garotas tem dificuldades em aderir o estilo, e é exatamente isso que vou abordar nesse post.

Pra começar, existem várias vertentes dentro do estilo. A Daise Alves aborda cuidadosamente esse tema nesse post do blog dela (que aliás é maravilhoso, super indico).
E, se existem tantos estilos a serem explorados, por quê essa cobrança pelo tradicional?

Algumas pessoas já me perguntaram como eu me descobri, e como eu me tornei pin-up, e eu costumo dizer que não foi eu que me adaptei ao estilo, ao invés disso procurei trazê-lo para a minha vida, meus gostos e costumes.
Desde muito nova admiro a cultura vintage. Do glamour hollywoodiano à rebeldia dos jovens amantes da velocidade. Da delicadeza dos vestidos florais à sensualidade dos decotes e fendas. Com gostos tão amplos e opostos eu me via perdida, sem saber por onde começar e aonde ir, além da cobrança de outras pessoas por "conteúdo".
Isso acabou me deixando insegura e por vários anos ignorei esse desejo, me fechando em uma concha.

Você também não precisa saber o nome de todos os artistas relacionados a um determinado estilo, ou de todas as modelos pin-ups, ou qualquer outra coisa que venham usar pra te colocar à prova...

Ter conhecimento sobre uma cultura antes de fazer parte dela é essencial, afinal quanto mais se conhece, mais referências são adquiridas e consequentemente, mais natural são as escolhas em relação a tudo o que envolve a estética desse estilo. Mesmo assim você não precisa conhecer tudo profundamente, até porque o aprendizado vem também com a vivência.

Você não tem obrigação de estar montada 24h por dia!

Não estamos em 1950! É praticamente impossível viver da mesma forma que uma mulher vivia naquela época, e isso é muito bom pois a década de 50 é marcada pela intolerância em vários sentidos e, principalmente nos Estados Unidos, que é a maior referência cultural da época no mundo inteiro.
Portanto, o máximo que podemos conseguir reviver em tempo integral é a estética, e ainda sim somente se você tiver um guarda roupa inteirinho de roupas, sapatos e acessórios retrô.

Não mude quem você é. É muito melhor adaptar um estilo à sua personalidade que moldar-se para caber em um visual.

Tudo o que é relacionado à estética e visual tem um padrão, isso é verdade, mas esses padrões existem pelo fato de estarmos adestrados a mudar o que somos para encaixar.
Com as pin-ups não é diferente. Apesar ser um espaço considerado mais aberto em relação ao corpo, ainda está sob o padrão universal de beleza, mas é aquele ditado: os padrões estão aí para serem quebrados!

Então se você quer ser pin-up, ou seguir qualquer outro estilo, a primeira coisa é se desprender da imagem tradicional, e do conceito de que é você que tem que se enquadrar. Use referências, adapte a quem você é, personalize. Tudo irá acontecer da forma mais natural possível, sem causar crises de identidade.


Espero ter ajudado a desfazer alguns mitos, e ter despertado as pin-up que estão loucas pra sair haha.

Beijos!

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4 comentários

  1. Adoreeeeeeeii, era tudo oque eu precisava ������arrasou

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  2. Eu já pensei nisso também. Muita gente já me veio com "Mas vc não é roqueira" porque escuta MPB (ou algum outro estilo fora do rock)? Não é nós que devemos nos adaptar a algo e sim adaptar o estilo a nós, de forma que possamos ser nós mesmas. Adorei mesmo o texto :D

    Beijos,
    Madame Poison

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    1. Isso mesmo, Larissa! Não faz sentido a gente deixar de ser o que a gente é ou reprimir nossas vontades por não estar nas regras.

      Muito obrigada!

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